Os profissionais de odontologia devem estar atentos para o atendimento quase inevitável de pacientes portadores do virus da imunodeficiência humana (HIV) em sua rotina de trabalho. Os cuidados necessários para o atendimento de pacientes infectados pelo HIV são os mesmos que deveriam ser tomados para o atendimento de qualquer paciente. Na realidade preconiza-se que todos os pacientes devem ser considerados como potencialmente infectantes. Estamos convictos que o atendimento odontológico de rotina a esses pacientes, pode e deve ser realizado nas suas clínicas de origem.
Em um estudo realizado em 1990, na Unidade de Pacientes Portadores do HIV - SIDA (UPI-HIV/SIDA) da FO/UFRJ, encontrou-se um grande número de pacientes (41% da amostra) que haviam sido submetidos à tratamento em consultório odontológico após tomarem ciencia de serem portadores do virus da AIDS. Destes pacientes 63,4% não revelaram seu estado de soropositividade para o HIV para o dentista.
O dentista é um profisional de saúde essencial dentro de uma equipe multidisciplinar para tratamento da AIDS. Uma conduta que deve sempre ser tomada pelos profissionais da área, é o exame rotineiro dos tecidos moles da boca, pois freqëntemente encontramos alterações bucais em pacientes portadores do HIV. A prevenção das infecções bucais (cárie e doença periodontal) eo o diagnóstico precoce das manifestações bucais associados aumentam a expectativa de vida e o bem estar do paciente.
Arley Silva Jr., Professor de Semiologia da FO/UGF e Cirurgião-Dentista da Unidade de Pacientes Portadoes do HIV da FO/UFRJ
Catalina R. Costa, Membro do Grupo de Atenção à saúde bucal - Centro de Referência e Treinamento de AIDS/São Paulo - Secretaria do Estado de Saúde de Sãp Paulo
Ellen B. de Albuquerque, Cirurgiã-Dentista da Unidade de Pacientes Portadoes do HIV da FO/UFRJ
Sandra R. Torres, Professora de Diagnóstico Oral da FO/UFF
Sônia M. S. Ferreira, Professora de Clínica Odontológica da FO/UGF e Cirurgiã-Dentista da Unidade de Pacientes Portadoes do HIV da FO/UFRJ